Ser forte, não é colecionar vitórias,
mas não se sentir fracassado, ante
o que pareça derrota.
A força verdadeira não se dimensiona
pelo impacto demolidor dos
punhos, mas
pela ternura construtora das mãos que
acariciam e dos dedos
que confortam.
Ser forte, não é ter a arrogância de não
chorar, mas ter a coragem de
parar o
próprio pranto a fim de consolar as lágrimas
de quem mais está
sofrendo.
Ser forte, não é caminhar impávido
com a coroa de louros à fronte,
mas é cair
coroado de espinhos e fazer tudo para levantar-se
e para
ajudar a que o irmão se levante.
Ser forte, não é não perceber a escuridão
que ficou atrás da última
lâmpada que se apagou
quando se teve de sair do sonho, mas é a bravura
de acender nova chama,de ligar de novo a luz, de abrir a janela da alma
para sentir outra vez a claridade da manhã.
Ser forte, não é ser insensível, mas sentir, compreender aquilo que não tem palavras para completamente traduzir e interpretar.
Muitas vezes se exige mais força para proteger a pétala do que para derrubar a árvore imensa.
Bendita seja a força do ombro amigo que ampara a cabeça cansada, dos
braços que se enlaçam para enfrentar a fúria dos acontecimentos e o
uivar do furacão, do coração que reanima no momento difícil, do
pensamento que não se entrega, da alma que não para de lutar.
Ser forte é oferecer a própria fraqueza para somar-se a fraqueza de
quem se feriu e, juntas,as duas debilidades se farão uma verdadeira e
brava força que nada e ninguém conseguirá dobrar.
Ser forte, é mesmo quando com medo, procurar transmitir coragem;
é,mesmo na dúvida, transmitir a verdadeira fé; é fechar a porta ao
pesadelo e abrir o ser por inteiro ao sonho maior que se chama
esperança.
Ser forte, é às vezes, sair catando os pedaços do corpo pisado e da
alma marcada, e juntá-los todos, com bravura e carinho, para ficar de
novo de pé, com o rosto molhado pela chuva que cai e beijado pelo vento
suave que passa.
Ser forte
é ser gente
e ser gente
é ser forte…
(RHÁMAR I’HÚMISTAN)